quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Olá, futuros Doutores e profissionais do Direito!
É com grande prazer que participo dessa empreitada proposta por minha colega e amiga de curso, que, afirmo seguramente, está tão entusiasmada com a disciplina em si quanto eu mesma.
Para iniciar os trabalhos, portanto, postarei uma carta, idealizada pela professora Maria Cristina do Nascimento, endereçada a um Senador (no meu caso, o Excelentíssimo Sr. Eliseu Resende), a respeito de toda a questão envolvendo o adiamento do Exame Nacional de Ensino Médio-ENEM, escrita por essa que vos fala:

Vespasiano, 20 de Outubro de 2009


Ermo Sr. Senador Eliseu Resende,

Gostaria de expressar por meio desta certo desapontamento para com a educação da nossa nação. O acontecimento ocorrido recentemente com o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) demonstrou que há um despreparo significativo no que diz respeito à segurança das provas. É claro que o que deveria ser feito de acordo com o que a imprensa está divulgando para todos os interessados, realmente possui ou busca possuir alguma eficácia no que diz respeito às punições daqueles que prejudicaram não só aos estudantes, mas a todo o país. Porém, todos nós, os cidadãos, nos perguntamos quais serão as consequências de fato para quem busca ingressar em um estabelecimento de ensino superior? Aqueles que procuram atingir uma média para conseguir uma bolsa de estudos, por exemplo, já eram submetidos a um processo desgastante no ano anterior (2008) e com o adiamento do exame no ano de 2009, as dificuldades obviamente se transformaram em problemas ainda maiores e sem solução. Em relação à questão dos meios de transporte, creio que é de seu conhecimento que há inúmeros estudantes que moram em outras cidades e que necessitam de transporte para poder chegar à capital. Outro quesito importante é o fato de muitas faculdades, tanto federais como particulares, desistirem de aceitar o resultado do ENEM, alegando que ultrapassará o prazo que as mesmas possuem para elaborar os seus próprios vestibulares. Não deixa de ser um aspecto curioso, visto que em princípio, as faculdades, precipuamente as federais deveriam possuir como pilar a garantia de educação para todos; entretanto, se observarmos bem, as faculdades federais não se diferem em demasia das faculdades particulares: os seus alunos quase sempre vieram de colégios e cursos particulares e sua situação financeira é bastante favorável, em detrimento daqueles outros alunos, bolsistas, que vieram de escolas públicas e precisam sustentar a família. Talvez o bom índice de educação que o país busca alcançar só seja possível se levarmos em consideração que todos, inclusive os que não podem pagar uma mensalidade (que normalmente é acima do valor mínimo recebido, cobrada pelas faculdades particulares) precisam obter um curso superior. Espero verdadeiramente receber uma resposta franca e objetiva de alguém que pode e deve fazer o que é certo, justo e necessário ao crescimento interno desse país. Os brasileiros são trabalhadores que têm o direito de atingir um grau de conhecimento mais elevado do que o concedido até agora. Desde já agradeço a atenção.


Ass.: Mohara Fernanda de Almeida Gomes

3 comentários:

  1. Foi uma excelente iniciativa da Prof. Maria Cristina propor esse trabalho.

    ResponderExcluir
  2. Também acho! É uma maneira sutil de mostrar que o povo brasileiro não está tão alienado assim...

    ResponderExcluir